terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Diretos de transmissão da Premier League de 2016 a 2019


E a Premier League surpreende uma vez mais, algo já rotineiro nos últimos anos.
Os novos contratos de cessão de direitos de transmissão para o mercado inglês das temporadas de 2016/17 a 2018/19 jogarão nos cofres dos clubes da EPL a espantosa quantia de € 6.75 bilhões. Isso representa € 13,4 milhões por partida transmitida ao vivo. Em libras, a moeda inglesa, o valor total representa £ 5,136 bilhões.
A operadora Sky Sports (uma das empresas do bilionário Rupert Murdoch) investiu pesado e venceu 5 dos 7 pacotes em concorrência e vai pagar por eles € 5,5 bilhões, mantendo-se como principal provedora dos jogos da Premier League para o mercado britânico. Esse valor representa um acréscimo de 83% sobre o que paga atualmente pelos jogos que transmite, mas inclui a cereja do bolo, os jogos ao vivo do domingão, entre os 126 jogos por temporada.
Já a BT Sports (ramo esportivo da BT, antiga British Telecom, privatizada em 1984 por Lady Thatcher) levou dois pacotes, com 42 jogos por temporada – meio de semana e sábado – e pagará por eles € 1,3 bilhão, valor apenas 30% maior do que já paga atualmente.
Um dos pontos que explica essa diferença de lances é o fato da BT dominar as transmissões para a Inglaterra dos jogos da Champions League, o que levou a Sky a buscar uma posição de liderança nos jogos da Liga.
 
O futebol inglês, que num certo momento pensamos que fosse morrer por obra e desgraça dos criminosos que infestavam as arquibancadas, chamados de hooligans, renasceu depois que os hooligans foram neutralizados - curiosamente, ou não, também no governo de Margareth Thatcher, citado algumas linhas atrás – e se desenvolveu de uma forma impressionante, em especial depois da criação da Premier League.
Nessa última temporada, a Liga teve os cinco maiores públicos de sua história. E o índice de ocupação dos estádios é superior a 90% nos principais clubes, mas não fica longe disso nos demais. Ao mesmo tempo em que os estádios lotam quase totalmente ainda antes do início de cada temporada, com as vendas dos carnês e pacotes, a televisão atrai os torcedores e, consequentemente, os anunciantes. E o dinheiro rola e jorra.
É importante destacar a distribuição dos valores negociados pela Premier League, o que é sempre lembrado no Brasil, nas discussões sobre direitos de transmissão, mas pouco compreendido. A distribuição de 50% em partes iguais entre os 20 clubes é o ponto chave para o sucesso dos clubes menores. Os demais 50% são distribuídos de acordo com o mérito esportivo – a colocação na Liga – e pelo número de partidas transmitidas pelas emissoras. O pagamento é feito para a EPL que redistribui as parcelas para os clubes.
Essa distribuição, porém, não é criação das emissoras ou do governo ou da FA, a federação inglesa e tampouco caiu do céu.
Ela foi discutida, negociada e aprovada pelos próprios clubes.
Que tiveram capacidade de se unir e enxergar o que era melhor para todos, não sem muita discussão.
Fórmulas prontas, porém, dificilmente são aplicáveis fora de onde foram criadas. O futebol inglês é diferente do brasileiro e os clubes e torcidas dos dois países diferem tremendamente. Digo isso porque não basta olhar os números da Premier League e achar que se transplantar suas fórmulas para cá nosso futebol mudará para melhor do dia para a noite. Não é assim que funciona. Da mesma forma, há imensas diferenças entre os mercados e sistemas de televisão dos dois países e a isso corresponde um mercado publicitário próprio. No Brasil, por exemplo, a maior parte do famoso “dinheiro da tv”, é, na verdade, dinheiro dos anunciantes, dos patrocinadores do futebol nos canais abertos, gratuitos para o telespectador. A tv aberta é gratuita para quem assiste, mas as contas têm que ser pagas pelo dinheiro dos que anunciam e buscam audiência.
Enfim, de qualquer forma, fica a referência, fica o exemplo e nós temos muito a consertar, como, por exemplo, eliminar a violência dos estádios e seus arredores e melhorar muito o baixo índice de ocupação de nossos estádios.
 
 
 
 
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Ranking do pay per view de 2014

Apenas a título de registro, segue o novo ranking de assinantes do pay per view da Globosat, assim como o valor exato do rateio entre cada um dos 18 clubes de futebol relacionados. Os números foram publicados originalmente em matéria do site da ESPN.



Muita gente ainda confunde a metodologia utilizada para se alcançar estes percentuais. Tratam-se de duas pesquisas, elaboradas respectivamente por Ibope e Datafolha, em meio à base de assinantes do futebol na TV por assinatura (algo em torno de 1,2 milhão de pacotes). Com elas em mãos, a Globo faz uma simples média aritmética, distribuindo os recursos arrecadados segundo o tamanho auferido de cada torcida.
Importante assinalar que esta estatística reflete primordialmente os resultados do ano anterior (2013), com a maior parte das novas assinaturas acontecendo ao início da temporada. Razão pela qual o Flamengo, novamente líder, apresentou o segundo maior crescimento absoluto (0,52 pontos percentuais) – atrás apenas doCruzeiro (0,90 p.p). A Raposa impulsionou sua participação com base no título brasileiro de 2013, sendo ajudada pelo desânimo dos atleticanos após o vexame do Mundial Interclubes. Ainda assim, o resultado dos mineiros foi extraordinário, com Cruzeiro (8,2%) e Atlético (7,7%) sendo superados apenas por Flamengo (15,2%) e Corinthians (12,8%).
São Paulo e Vasco (ambos 6,7%) apresentaram quedas drásticas, sendo a vascaína mais justificada pelo rebaixamento consumado naquela temporada. Detentores da terceira e quinta maiores torcidas do Brasil, seus resultados (5º e 7º lugares) não fazem jus à grandeza das massas. Enquanto isto o Palmeiras (5,8%) já apresentava pequena escalada ao ultrapassar o Fluminense (5,8%). É de se imaginar qual será o resultado do alviverde em 2015, considerando a euforia da torcida neste promissor início de temporada.
A diferença do Grêmio (7,2%) para o Internacional (5,6%) é de certa forma proporcional à configuração de torcidas nos estados do Sul. Já o Botafogo (3,8%) decepcionou, apresentando queda mesmo com Seedorf (à época) e prestes a disputar uma Libertadores após 18 anos. O alvinegro, aliás, se vê ameaçado pela maior surpresa da lista: O Bahia (3,7%), que tirou ninguém menos que o Santos(3,5%) do top-12.


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